segunda-feira, 17 de novembro de 2014

AGORA QUE VOCÊS JÁ CONHECEM A MINHA HISTÓRIA, A PARTIR DAQUI FALAREI SOBRE OS SERIAL KILLERS MAIS FAMOSOS DOS ÚLTIMOS TEMPOS

                                 Vou começar pelo meu "preferido"

Theodore Robert Cowel (Ted Bund)
Charmoso, comunicativo e um dos maiores assassinos dos Estados Unidos. Iniciou a sua carreira criminosa assassinando e estuprando as suas vitimas. Seu charme e inteligencia fizeram dele uma espécie de celebridade durante seu julgamento, inspirando filmes e romances sobre serial killers.
Uma moça muito jovem, que havia saído com um segurança algumas vezes, fica grávida. Seus pais decidem que, quando a criança nascer, a assumirão como se eles fossem os pais, foi nesta casa que nasceu Theodore Robert Cowel, que mais tarde ficaria conhecido como Ted Bund.
Fizeram o pequeno "Ted" (ou "Teddy) acreditar, portanto que, seus avós maternos eram seus pais e que sua mãe biológica era sua irmã. O pai verdadeiro ele nunca conheceu.
Ted diria, anos depois, que amava o avô, mas outros membros da família declararam que o avô era um homem violento - chutava cachorros, agredia mulheres...Conta-se que quando Ted tinha 03 anos, uma tia sua, ao acordar, percebeu que ele estava a seu lado manipulando facas - e ela ficou com medo da criança.
Quando ele tinha 04 anos, a mãe verdadeira mudou de cidade, levando-o e um ano depois ela se casou. Theodore então recebeu o sobrenome Bundy. O casal teve quatro filhos, crianças que Ted ajudou a cuidar. O marido da mãe até tentou estabelecer uma relação mais próxima com Ted, mais foi em vão. Ele era muito tímido e os colegas de escola o provocavam. Relatos de seus professores falam de um temperamento imprevisível, explosivo. Contudo, tirava boas notas.
Na adolescência, passou a se socializar mais. Tinha interesse por esqui e politica. Começou a trabalhar em empregos simples, mas permanecia pouco tempo nestes.
Em 1967, aos 21 anos, Ted Bundy conheceu uma garota bonita e de boa família, Leslie Holland. Aparentemente, foi com ela que ele teve a sua primeira relação sexual, e Ted gostava mais dela do que ela dele. Ela o achava sem objetivos e ele, com mentiras, tentava impressioná-la. Suspeita-se que, nesta época, ele também cometia furtos - até de carros.
No ano seguinte, ela terminou com ele, após se formar. Ted ficou muito tempo deprimido e obcecado por ela. Em 1969, Ted finalmente fica sabendo que sua "irmã"é, na verdade, sua mãe. Não mudou o comportamento com ela, mas ficou ainda mais distante do pai adotivo.
Ted estudou psicologia na universidade, seus professores gostavam dele, que tinha um bom desempenho. Ele conheceu então uma secretária tímida, separada e com uma filha, com quem ficou envolvido por cinco anos, Elizabeth Kendall (na verdade, pseudônimo adotado por ela ao escrever um livro contando a história, "My life with Ted Bundy"). Ela queria se casar com ele, ele dizia ainda não estar "na hora", e ela suspeitava que ele mantivesse outros relacionamentos.
Ted levava uma vida aparentemente de homem "do bem". Perseguiu e conseguiu dominar até a chegada da policia um batedor de carteira. Recebeu uma medalha por salvar um garoto de 03 anos que se afogava em um lago. Nesse período começou a se envolver mais com a política. E prestava assistência, como voluntário, em um serviço telefônico de ajuda emocional a pessoas em crise.
Ann Rule, que escrevia artigos policiais para revista, por um ano foi sua colega neste serviço, na Crisis Clinic. Conta que, nas noites de domingo e terças-feiras, ficavam apenas os dois em uma casa. Por uma enorme coincidência, pouco tempo depois ela foi contratada por uma editora para escrever um livro sobre o serial killer que assombrava a região, mais que ainda não havia sido identificado...
Ted era membro ativo do Partido Republicano e, em 1973, em uma viagem do partido, reencontrou a primeira namorada, Leslie, com quem ele ainda falava ocasionalmente. Como ele estava mudado, ela se interessou novamente por ele, e mantiveram encontros, sem ela saber de Elizabeth. Mas logo ele mudou, ficou frio, perdeu o interesse nela. Em fevereiro de 1974, ele desapareceu da vida dela.
Linda Ann Healy, era uma bela jovem, que trabalhava em uma rádio como comentarista do tempo. Tinha 21 anos e estudava psicologia. Ted tinha 27. Na noite de 30 de janeiro de 1974, ela saiu para um pequeno bar próximo a sua casa, com amigas com as quais morava, para tomar cerveja após o jantar. Logo se despediu das amigas, disse que ia para casa assistir televisão e ligar para o namorado.
Pela manhã, a sua cama estava vazia. No fim do dia seus pais estranharam, pois ela não apareceu na casa deles como de costume, e chamaram a polícia. No seu quarto, a cama estava arrumada de um jeito diferente do habitual e alguns objetos faltavam. Também encontraram vestígios de sangue. A policia não suspeitou da gravidade do caso e não recolheu muitas provas.
Seu crânio só seria achado no ano seguinte, com marcas de espancamento severo; o resto de seu corpo nunca foi encontrado. Nos meses seguintes, outros desaparecimentos aconteceram, e todas as garotas eram parecidas em alguns aspectos: brancas, jovens, com cabelos escuros, longos e, geralmente, repartidos ao meio. Algumas pessoas que as viram antes de sumir relataram tê-las visto conversando com um homem usando um gesso no braço e pedindo ajuda para carregar alguns livros.
Carol DaRonch
Em agosto de 1974, a policia encontrou, em um parque, os crânios de duas garotas, Janice Ott e Denise Laslund - ambas desaparecidas no dia 14 de julho, em horarios diferentes. Uma testemunha deste caso ouviu o assassino dizer às garotas, quando as abordou, que se chamava Ted. Outras duas mulheres, juntas, haviam sido abordadas por Ted no mesmo dia e local, mas não o ajudaram a carregar os livros para o seu carro. Por causa de denuncias decorrentes do divulgado retrato falado do suspeito, Ted Bundy passou a ser investigado.
Melissa Smith
Uma amiga de Elizabeth Kendall, a namorada de Ted, também viu o retrato falado e o achou parecido com Ted. Havia mais motivos para Elizabeth acreditar, como o Fusca (Ted tinha um) e a atadura (ela viu uma nos pertences dele, mais nunca o havia visto usá-la) usados pelo criminoso. Elizabeth entrou em contato com a policia, que lhe solicitou retratos de Ted - mas testemunhas do sequestro não o reconheceram nas fotos. A policia deixou Ted de lado.
Laura Aime
Ted então, foi para outro Estado (ele acabaria matando em vários estados diferentes). Em outubro, a filha de um chefe de policia, Melissa Smith, de 17 anos, foi estrangulada, estuprada e sodomizada¹, Já Laura Aime, de 17 anos, sofreu pancadas no rosto e a mesa violência sexual. Em novembro, Ted conseguiu colocar Carol DaRonch em seu carro. Quando tentou algemá-la, ela escapou do carro. Ele saiu com uma barra de ferro atrás dela, mas ela chutou os seus testículos e saiu correndo. No mesmo dia, ele capturou Debby Kent. Outra vitima sobrevivente, Joni Lenz atacada em 1974, foi encontrada em seu quarto, tendo apanhado muito e com um apoio de cama enfiado em sua vagina. Ficou com sequelas físicas
Debby Kent
e emocionais pro resto de sua vida. Em janeiro de 1975, a vitima foi Caryn Campbell, encontrada quase um mês depois, perto de uma estrada, o corpo comido por animais. Poucos meses depois desapareceu Brenda Ball. E logo outra, e outra...
Caryn Campbell
Entre 1974 e 1978, Ted fez cerca de 36 vitimas. Bundy nunca confirmou o numero exato de vitimas. Em uma ocasião, quando lhe mencionaram este número, ele deu um sorriso e disse aos detetives: "Acrescentem um digito e terão o toral". A escritora Ann Rule, pergunta "ele queria 37? Ou 136? ou 360?". Ou quis apenas "brincar"?.
A captura definitiva de Ted Bundy foi trabalhosa. Em agosto de 1975, um policial achou suspeito um motorista que rondava um bairro. Quando tentou abordá-lo, ele fugiu, mas acabou batendo. O policial notou que faltava o banco de passageiros do carro, e foram encontrados uma barra de ferro, uma mascara de esqui, algemas, uma corda e um picador de gelo. Ted foi preso. Carol, aquela que fugiu do carro, o reconheceu. Assim como conhecidos de Debby, que o viram abordando-a. Ele alegava inocência.
Brenda Ball
A namorada Elizabeh, depondo, disse que no ultimo ano Ted tinha pouco interesse sexual e, quando tinha, queria praticar alguma violência leve ("bondage")². E forneceu informações valiosas, como o paradeiro dele no dia dos sumiços. Outras pistas foram surgindo.
Em fevereiro de 1976, Ted foi levado a julgamento pelo sequestro de Carol. Ele estava tranquilo. E negou a acusação. Entretanto, foi condenado a prisão. Preso, foi avaliado por psicólogos que, entre várias hipóteses, lançaram uma interessante, sobre o seu funcionamento psíquico: Ted tinha medo de ser humilhado, em suas relações com as mulheres. Enquanto isto, a investigação dos outros crimes continuava, e provas se avolumavam. Na preparação para o julgamento do caso Caryn, Ted ficou insatisfeito com o seu advogado. Ele resolveu defender a si mesmo (atitude aceita nos EUA, visto que, o mesmo era estudante de direito). Ele tinha autorização para ir a biblioteca da prisão, estudar para a sua defesa. Mas Ted tinha outros planos...Em junho, ele pulou por uma janela aberta da biblioteca. Machucou-se, mas estava livre.
Cerca de 150 homens saíram a sua caça, mas não conseguiram achá-lo. Nesta época, Ted Bundy sentia-se invencível. "Nada saía errado. Se algo saía, a próxima coisa que acontecia era tão boa que compensava. Era até mesmo melhor." - disse ele posteriormente. Bundy roubava alimentos, dormia em vários locais diferentes. Quando conseguiu roubar um carro para sair da cidade, foi pego.
Agora, quando ia a biblioteca da prisão, era algemado e com ferro nos pés. Mas ele não desistiu. Escapou de sua cela, pelo teto, e parou na sala de um guarda.
Depois, saiu pela porta da frente do presidio. Quando perceberam seu desaparecimento, ele já estava a caminho de outro Estado, onde ele se alojou um nome falso. Passava os dias no campus de uma faculdade, onde assistia a algumas aulas, ou ficava em casa assistindo televisão - roubada, é claro, assim como tudo o mais no seu apartamento.
Em janeiro de 1978, Ted Bundy entrou em um alojamento feminino, de estudantes (o Chi Omega). Ted agiu desesperadamente, freneticamente, como quem precisasse saciar uma longa abstinência de violência , sexo e sangue. As garotas foram atacadas enquanto dormiam. Duas morreram. Em uma, o mamilo quase foi arrancado por uma mordida, além de ter sofrido invasão sexual com uma lata de spray para cabelo. Em outra, o cérebro ficou exposto, resultado das pancadas que recebeu na cabeça. Duas outras ficaram paraplégicas. Ted Bundy teve que fugir porque uma, além de ter visto seu rosto, conseguiu reagir.
Kimberly Leach
A poucas centenas de metros dali, Ted atacou outra mulher, no apartamento dela. Os gritos acordaram os vizinhos, e apolicia chegou logo e a encontrou viva. Haviam poucas provas deixadas esta noite: fios de cabelo em uma máscara, as marcas de mordidas deixadas nas nádegas de uma das vitimas...
Kimberly Leach, finalmente, foi a última vitima conhecida de Ted Bundy. Ela tinha 12 anos, e o caso aconteceu em fevereiro de 1978. Seu corpo só foi achado semanas depois. Nesse mês de fevereiro ainda, um policial desconfiou de um fusca desconhecido na região que patrulhava. Ted tentou fugir, mas parou e, quando ia ser algemado, iniciou luta corporal com o guarda. O guarda venceu.
Ted seria levado a julgamento pelos crimes no Chi Omega e pelo assassinato de Kimberky. Agora ele já era um seral killer notório. Novamente, assumiu sua defesa e negava os fatos. O julgamento do Chi atraiu bastante a imprensa. A testemunha ocular do Chi, complicou Ted. Mas a prova mais contundente foi a analise da mordida - a marca dos dentes na nádega batia exatamente com a dentição de Ted. Sem expressar emoção, Ted Bundy, ecutou o veredito: culpado.
Comparação na mordida de Ted com a marca
 encontrada na nádega de uma das sua vitimas
Mas a pena seria decidida em outro julgamento, ainda. A mãe de Ted chorou e pediu por sua vida. Ted culpou a mídia por sua condenação e disse que seria um absurdo pedir perdão por algo que ele não fez. Nada adiantou. Ted foi duplamente condenado à morte, na cadeira elétrica.
Foram estes julgamentos que ajudaram a tornar Ted tanto "um monstro", para a maioria das pessoas, quanto um ídolo para algumas - ele era bonito, bem articulado.
Mas ainda havia o julgamento do caso Kimberly. Desta vez, ele aceitou advogados, que resolveram tentar a alegação de insanidade mental. Ted estava aparentemente nervoso e discutiu com uma testemunha. A prova mais contundente foi o encontro de fibras da roupa da garota no veiculo que Ted estaria usando na época. O julgamento durou um mês! Culpado, mais uma vez.
No dia da deliberação do veredito, exatamente dois anos após a morte e Kimberly, ele e Carole Ann Boone, testemunhas de defesa, trocaram votos de casamento e, segundo as leis dos locais, se isto fosse feito em ambiente legal o casamento seria considerado válido. Isto pegou a todos de surpresa. Mas não mudou em nada a pena. Ted foi condenado à morte, mais uma vez.
Já com outros advogados, tentou apelação, que foi negada. A morte estava marcada para março de 1986. Enquanto outra apelação corria, a data da execução foi marcada, para janeiro de 1989. Nesse interím, Ted ainda ajudou a policia a pensar, no caso do "Green River Killer" - segundo Robert Keppel, o detetive que conversava com Ted, Bundy aparentava ciumes ou inveja deste outro assassino.
Ted resolveu contar alguns detalhes dos seus crimes. Disse que guardou a cabeça de algumas vitimas como troféu. Também falou de necrofilia³. Este policial estima que Ted possa ter feito mais de 100 vitimas, algumas antes da primeira conhecida.
Ted tentou, no fim, negociar um prazo de mais alguns anos de vida em troca de mais algumas confissões, sem sucesso.
Após o anúncio de sua morte, o público de fora da prisão ovacionou e foguetes estouraram no céu. Seu corpo foi cremado.
Ted foi bastante pesquisado, entrevistado, e foi objeto de vários livros.
Pouco antes de sua execução, ele admitiu a detetives que tinha alguns comportamentos necrófilos, visitava os corpos abandonados de algumas vitimas, e uma foi encontrada com shampoo no cabelo, aplicado após sua morte. Outra, com maquiagem. "Se você tiver tempo, elas podem ser quem você quiser que elas sejam."

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¹ Sodomizada: Penetrar sexualmente o ânus de pessoas de ambos os sexos. Penetração anal forçada.
² Bondage: é um tipo específico de fetiche, geralmente relacionado com sadomasoquismo,onde a principal fonte de prazer consiste em amarrar e imobilizar seu parceiro ou pessoa envolvida. Pode ou não envolver a prática de sexo com penetração.
³ Necrofilia: Parafilia caracterizada pela excitação sexual decorrente da visão ou do contato com um cadáver.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014